Padre José Evandro da Silva*
Aconteceu neste dia 06 de agosto de 2024, Festa litúrgica da Transfiguração do Senhor, a posse canônica do 12° Bispo Diocesano de Garanhuns, Dom Agnaldo Temóteo da Silveira.
A cerimônia canônica, deu-se início na Catedral Diocesana de Santo Antônio, onde o bispo eleito foi acolhido na porta da Catedral pelo então Administrador Diocesano, Pe José Aldo Mariano da Silva, pelo pároco e cura, Pe Josenildo Bizerra, pelo Colégio dos Consultores e por Sua Excelência Reverendíssima, Dom Paulo Jackson N. de Sousa, Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife.
Após a entrada solene, o bispo eleito com o arcebispo, após um momento breve de oração, diante do Santíssimo Sacramento, dirigiram-se para o presbitério, onde estavam presentes o presidente do Regional Nordeste II, Dom Sales, Bispo Diocesano de Mossoró-RN, Dom Vasconcelos, Bispo Diocesano de Sobral e filho desta terra, entre outros bispos e arcebispos, provenientes desta província eclesiástica e outras.
Dom Paulo Jackson N. de Sousa, deu início ao rito de posse, pedindo ao Chaceler da Cúria Diocesana de Garanhuns e o Pároco de Santa Teresa do Menino Jesus, Mons Alexandre de Melo C. Neto, para ler as letras Apostólicas, as quais o Santo Padre, o Papa Francisco, nomeia Dom Agnaldo Temóteo da Silveira, bispo de Garanhuns.
Em seguida, as letras Apistolicas, foram apresentadas ao Colégio dos Consultores e o Arcebispo que foi o predecessor do Dom Agnaldo, passa para ele o cajado pastoral (báculo), o qual ele carregou consigo por oito anos, enquanto esteve a frente desta diocese.
Dom Agnaldo, recebe o báculo, e senta-se na cátedra, neste momento e com este geste, Garanhuns deixa de ser sede vacante e acolhe com muito amor, carinho e expectativas de proximidade, amizade e paternidade, seu novo pastor.
Em seguida, algumas autoridades que se faziam presentes, fizeram o uso da palavra, o amigo e prefeito do Município, Sivaldo Albino, deu as boas vindas ao novo bispo, em seguida, a vice-governadora, dirigiu uma palavra de agradecimento a Dom Paulo Jackson e acolhe em nome da governadora, o novo bispo.
Estavam presentes as triste e sete paróquias da diocese, todo o clero diocesano e religioso desta amada diocese que deu as boas vindas ao seu novo pastor, através de um abraço afetuoso.
Contamos com padres que vieram da diocese de Sobral, leigos e leigas das paróquias onde o Dom Agnaldo trabalhou e a sua última paróquia como pároco, Nossa Senhora do Patrocínio.
Após a conclusão da cerimônia na Catedral, todos se dirigiram para a Praça Mestre Dominguinhos, onde pela primeira vez, toda a diocese pode ouvir a voz do seu pastor que presidiu a Santa Eucaristia.
Dom Agnaldo, mostra-se com o coração aberto para entrar na vida de seus diocesanos, frisou que quer ter uma relação de amizade e proximidade com o clero, que deseja conhecer cada um e assim dar continuidade a evangelização desta diocese que recentemente completou cento e seis anos de criação.
Seu jeito simples, humilde, é cativante. O clero está bastante esperançoso com o seu pastoreio e com sua presença em meio a nós.
Mostra-se conhecedor da nossa história e por diversas vezes, se colocou como um pastor que vem com o coração aberto para cuidar dos seus.
Rezemos pelo início do pastoreio de Dom Agnaldo, rezemos por ele, o acolhamos com amor e o amemos já de agora como se fosse um de nós. A diocese de Sobral é Garanhuns, tem uma comunhão eclesial, pois nos deu o nosso primeiro bispo, proveniente dela, o Servo de Deus, Dom Francisco Expedito Lopes, a diocese de Garanhuns, ofereceu a Sobral, o seu atual bispo diocesano, Dom Luiz Gomes de Vasconcelos, que ordenou Dom Agnaldo bispo desta Igreja particular.
Que tenhamos esta comunhão espiritual e que em breve, possamos ver Dom Francisco Expedito Lopes, nos altares.
Mais uma vez, seja bem-vindo Dom Agnaldo, Garanhuns agora é a sua nova casa, toda a Diocese o acolhe de braços abertos e conte com a nossa amizade e oração fraterna. Deus e São José, padroeiro da nossa Diocese, o abençoe e lhe faça feliz. Unidos em oração e comunhão.
*Pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e Vigário Forâneo do Vicariato Centro.
Descrição Heráldica e Simbólica
Do Brasão Episcopal de Sua Excelência Reverendíssima,
Dom Agnaldo Temóteo da Silveira, Bispo de Garanhuns – PE.
Descrição heráldica:
Escudo eclesiástico em formato italiano. Em chefe, em campo de goles, repousa um sol jesuítico, em jalde, com onze raios alternados entre ondulados e retilíneos. O sol se encontra na perspectiva de despontar no horizonte, ao raiar do dia, tendo dois terços de seu perímetro estelar exposto. Segundo campo, em blau, encontra se, em flanco destro, uma estrela de oito pontas equidistantes, em jalde. Em flanco sinistro, do mesmo campo, um livro aberto ao meio, em argente, com as letras gregas alfa e ômega, nessa ordem, em sable, cada uma tomando três quartos de página. Uma fita, em goles, demarca três quartos do livro. Em abismo, um barco à vela, em sépia, impulsionado pelo vento, na direção à destra, com rede de pesca, ao natural, lançada ao mar. A vela, em argente, possui uma cruz, em goles, de ponta a ponta. Tal barco repousa sobre oito ondas alternadas em argente e blau. O escudo repousa sobre uma cruz processional, em jalde, trevada, em que estão incrustradas cinco pedras preciosas, em goles. Encimando o escudo, um chapéu prelatício em sinopla, sem forro, com seus cordões terminados em cada flanco por seis borlas, na posição um, dois, três, todos em sinopla. Sob o escudo, um listel, em argente, forrado em goles, sobre a ponta da Cruz, que ostenta, em sable, a divisa “IN VERBO TUO” (Na tua Palavra – Lc 5,5)
Descrição simbólica:
1. Cruz processional, de cor dourada, com cinco rubis incrustados: a cruz processional, que atravessa o escudo de alto a baixo, é um artefato heráldico obrigatório nos brasões episcopais. Ela, que abre e encerra as celebrações eucarísticas, aparece como símbolo maior d’Aquele a quem adoramos e servimos, Nosso Senhor Jesus Cristo;
2. O chapéu prelatício com fileiras de borlas verdes: simboliza a missão apostólica do Bispo, que, por instituição divina, sucede aos apóstolos como pastor que ensina, santifica e governa o rebanho que lhe foi confiado. Indica também sua plena comunhão com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja. O verde significa a esperança apostólica que apascenta o rebanho de Cristo até a sua vinda definitiva;
3. O escudo italiano: este escudo possui o mesmo formato dos escudos pontifícios dedicados aos Santos Padres João XXIII e Paulo VI, papas que presidiram o Concílio Vaticano II, grande dádiva eclesial do século XX. No brasão episcopal, o escudo, nesse formato, ganha o significado de fidelidade à Igreja de Cristo no exercício do múnus apostólico entregue aos bispos pela graça de Deus;
4. Primeiro campo - em vermelho: simboliza o fogo da caridade inflamada no coração do novo Bispo pelo Divino Espírito Santo, que o inspira na sua missão episcopal de cuidar, nutrir e conduzir o rebanho que o Senhor Jesus lhe confiou;
5. Sol nascente de cor dourada: aludindo à passagem lucana do Benedictus, no qual Zacarias chama o Senhor Jesus, ainda no ventre de sua mãe, de “Sol Nascente” (Lc 1,78), esta insígnia representa o próprio Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, Sol Invictus, luz das nações e glória de Israel que inunda a vida do homem com sua luminosa Plenitude. Recorda também a terra de origem de Dom Agnaldo Temóteo, o Ceará, conhecida como a Terra do Sol, como bem canta seu hino oficial;
6. Segundo campo - em azul: o esmalte escolhido para este campo foi o azul-céu, que representa o principal resultado da vinda do Messias Salvador ao mundo: a salvação. O Céu, que neste caso é representado em pleno dia, é o lugar teológico da salvação da humanidade. É para lá que os olhos dos mais humildes se voltam no momento da oração. Na heráldica lusitana, da qual somos herdeiros, a cor azul significa justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza;
7. Estrela dourada de oito pontas: simboliza a devoção do eleito à Nossa Senhora, que, no simbolismo iconográfico oriental, é reconhecida como a estrela que nos conduz de forma perfeita até Jesus. Modelo de santidade, Maria, Rainha dos apóstolos, auxilia de forma maternal os bispos em sua missão apostólica de santificar o povo de Deus;
8. Livro aberto com as divisas alfa e ômega: representa a Escritura Sagrada que nos comunica a intimidade de Deus através da escrita. É na Palavra de Deus que o novo Bispo fundamentará a sua missão de ensinar, santificar e governar o povo de Deus. Em atenção à essa Palavra, Dom Agnaldo lançará as redes à procura dos eleitos do Senhor a ele confiados;
9. Barco à vela em movimento: significa a Igreja de Cristo construída sobre o fundamento dos apóstolos, a quem Dom Agnaldo sucede, por mercê de Deus; uma Igreja em saída, na busca de seus filhos distantes e esquecidos nas periferias geográficas e existenciais da humanidade; mãe que acolhe e dignifica aqueles que a ela recorrem em suas necessidades; que é também samaritana e luta para curar as feridas de uma humanidade afastada de seu Criador; que é missionária, pois leva o Evangelho a toda a criatura, com todas as forças. Por isso, o barco está em pleno movimento para frente, guiado pela luz da Palavra e avançando sempre para águas mais profundas (Cf. Lc 5,4);
10. O mar: é o lugar onde plaina o Espírito de Deus, no início da criação. Aqui significa também o lugar da missão, para onde a Igreja-barca é enviada a lançar as redes de pesca e a experimentar a força e a fecundidade da Palavra de Deus;
11. Listel com o mote “IN VERBO TUO”: "In Verbo Tuo" significa "Em atenção à tua palavra", uma expressão tirada do evangelho de São Lucas 5,5. Esta passagem bíblica simboliza a obediência e a confiança na Palavra de Deus, qualidades essenciais para qualquer missão cristã. O novo Bispo, ao assumir sua nova missão, assume esse espírito de obediência e dedicação. Ele reconhece que seu trabalho pastoral deve ser guiado não por suas próprias ideias, mas pela palavra divina. Em cada decisão e ação, busca seguir os ensinamentos de Cristo, assim como os apóstolos fizeram quando lançaram as redes ao mar em atenção à sua palavra. Sua missão na nova Diocese é marcada por um compromisso inabalável com a evangelização, o cuidado pastoral e a promoção da justiça social, sempre "In Verbo Tuo". Ele inspira a comunidade a confiar na palavra de Deus, lembrando que, assim como Pedro testemunhou uma pesca milagrosa, grandes frutos espirituais podem ser colhidos quando se age em obediência à vontade divina.
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